Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra


Por Cezar “Dudy” Duarte
Jornalista
Os Armênios

Uma das bandas mais fundamentais e influentes do rock’n’roll, o Led Zeppelin (nome sugerido pelo amigo Keith Moon, do The Who), teve sua biografia lançada no mercado brasileiro a pouco tempo.
Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra, da editora Larousse, cujo autor é o renomado jornalista e radialista britânico Mick Wall, conta a história desta fundamental banda, partindo, é claro, da transição entre o fim do Yardbirds e o início do New Yardbirds, chegando até 2009 com as últimas notícias.

São mais de 500 páginas, nas quais Mick, que teve a oportunidade de conviver anos com os integrantes e pessoas próximas do grupo, percorre a sua trajetória de forma cronológica, recheada de relatos sobre o envolvimento dos músicos com sexo, drogas e ocultismo. Discorre, também, sobre como os discos e algumas músicas foram concebidos. Traça o perfil de cada integrante e de como eles se relacionavam.


Há uma ênfase dirigida à Jimmy Page (algo notável na própria capa da obra), que montou e foi o líder até quase o fim do grupo. Era o membro mais entusiasmado pelo trabalho musical e aquele que mais se interessou pelo ocultismo. John Bonhan era o mais explosivo e autodestrutivo, que teve seu fim em 1980. O baixista e tecladista John Paul Jones, também conhecido como Jonesy, era o mais comedido dos quatro. Robert Plant, que a princípio tinha apenas a função de ser o frontman e vocalista, passou a participar mais ativamente das composições e decisões importantes relativas à banda. A música mais significativa da discografia zeppeliana, “Stairway to Heaven”, foi escrita praticamente só por ele. Após o término do grupo, Robert foi o mais resistente em uma reunião com os remanescentes, boicotando, por vezes, a presença de John Paul Jones.

Outro personagem marcante é Peter Grant, empresário linha dura e temperamental que defendia os interesses do Led a todo custo. Segundo Page, a banda não teria alcançado o sucesso e espaço que obteve se não fosse pela presença de Grant.

Sobre a criação das músicas, nota-se que o autor mostra uma grande preocupação em provar possíveis plágios durante algumas gravações. Também há um exagero em focar o mago Aleister Crowley - várias páginas são dedicadas à sua vida, desviando-se, temporariamente, da história da banda biografada.

A obra chega à famosa reunião do grupo – mais o acréscimo do filho de Bonzo, Jason Bonhan, na bateria – em dezembro de 2007 no O2 Arena, cujos registros em DVD, CD e LP (triplo) só são possíveis de serem adquiridos no mercado dos bootlegs, lamentavelmente.

As últimas 24 páginas do livro trazem belíssimas fotos de vários momentos e épocas da banda, concluindo com maestria uma literatura obrigatória para quem quer conhecer detalhadamente um capítulo vital da história do rock.

O grupo acabou, mas o dirigível de chumbo continua voando alto.


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