Por Kid Vinil
Colecionador e Jornalista
Colunista do Yahoo! Brasil
O blues e o rockabilly são duas tendências muito fortes aqui no Brasil, mas sobrevivem sem qualquer apoio da grande mídia. As bandas de blues brasileiras começaram a aparecer definitivamente a partir da década de 80, quando músicos como André Christovam, Nuno Mindelis, Celso Blues Boy e a banda carioca Blues Etílicos ensaiavam os primeiros acordes.
O blues e o rockabilly são duas tendências muito fortes aqui no Brasil, mas sobrevivem sem qualquer apoio da grande mídia. As bandas de blues brasileiras começaram a aparecer definitivamente a partir da década de 80, quando músicos como André Christovam, Nuno Mindelis, Celso Blues Boy e a banda carioca Blues Etílicos ensaiavam os primeiros acordes.
Em 1989 aconteceu um festival que acabou se tornando um marco do blues no Brasil. Foi o Festival Internacional de Blues de Ribeirão Preto, que teve dentre as principais atrações Buddy Guy, Junior Wells, Albert Collins, Etta James, Magic Slim, André Christovan e Blues Etílicos.
No início dos anos noventa, trabalhei na gravadora Eldorado, que nessa época acabou se tornando a sede do blues brasileiro. Entre os músicos que tiveram recorde de vendas pela gravadora estão André Christovan, que gravou seus principais discos pelo selo, como Mandinga (1989) e Touch of Glass (1990), e o grupo Blues Etílicos, que lançou seus álbuns Água Mineral (1989) e San-Ho Zay (1990).
O músico Nuno Mindelis, angolano radicado no Brasil, também gravou pela Eldorado, em 1996, o álbum Texas Bound, acompanhado por Tommy Shannon e Chris Layton, da banda Double Trouble, que acompanhava Stevie Ray Vaughan. Outro grande guitarrista brasileiro lançado pela gravadora, com reconhecimento também no exterior, é Big Gilson, que gravou um de seus primeiros trabalhos com a banda Big Allanbik , assim como seu primeiro álbum solo, o acústico Yellow Mojo Blues (1997). De Porto Alegre veio o guitarrista Solon Fishbone, que teve seu segundo disco, Heart'n'Soul (1996), produzido por Charles Gavin (baterista dos Titãs).
Outro grupo que merece destaque é o paulista Irmandade do Blues, que lançou seus primeiros álbuns, Veneno (1996) e Good Feelings (2007), pela Eldorado. Atualmente a banda trabalha na divulgação do CD e do DVD Irmandade do Blues ao Vivo, que conta com as participações especiais do guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, e do vocalista Andre Matos (ex-Angra e ex-Shaman). O disco, distribuído pela gravadora Universal, foi gravado no segundo semestre de 2008 no Sesc Santo André, e traz no repertório, além das composições de Vasco Faé (gaita, voz e guitarra), algumas releituras de clássicos do rock'n'roll, como "Mercedes Benz" (Janis Joplin), "Feelin Alright" (de Dave Mason do grupo Traffic) e "Rock and Roll" (Led Zeppelin). Completam a formação do Irmandade do Blues o excelente guitarrista Edu Gomes, o baixista Silvio Alemão e o baterista Fernando Lóia, músicos que circulam pela cena blueseira local há vários anos.
Além da guitarra, a gaita também é um instrumento importante no blues. Podemos destacar alguns grandes gaitistas brasileiros, como Flavio Guimarães, Robson Fernandes e Big Chico. Até mesmo Nasi, o ex-vocalista do Ira!, enveredou pelo blues com a banda Nasi e os Irmãos do Blues, que tinha como destaque o guitarrista Kim Kehl, da banda Os Kurandeiros.
Outra cena que sobrevive sem os aparatos da grande mídia é a de rockabilly e psychobilly nacional. Todo ano acontece em Curitiba o festival Psycho Carnival, que reúne várias bandas do estilo. Por incrível que pareça, Curitiba é a sede do psychobilly e do rockabilly no Brasil. De lá saíram bandas como Catalépticos, Ovos Presley, Os Cervejas, Missionários, Krapulas e Hillbilly Rawhide. Em São Paulo, desde a década de oitenta, também existem grupos inspirados em Stray Cats, Meteors, Guana Batz e no rockabilly clássico de Johnny Burnette e Elvis Presley. O grupo Kães Vadius, por exemplo, optou pelo lado mais selvagem do psychobilly.
No início dos anos oitenta alguns dos pioneiros do gênero por aqui foram o Coke Luxe e o Rockterapia (cujo guitarrista era o blueseiro Nuno Mindelis). Hoje, uma das bandas mais comentadas é o Crazy Legs, que lançou em 2001 seu primeiro álbum, Off Society Rules, e hoje já conta com uma discografia de cinco CDs, mais um compacto de vinil e a presença em uma série de coletâneas aqui e no exterior.
O CD mais recente, Green Man From Mars, é inspirado no clássico da ficção cientifica Guerra dos Mundos. O Crazy Legs é formado por Sonny Rocker no contrabaixo acústico, que é um fã ardoroso de Stray Cats. McCoy, o baterista, é um dos maiores pesquisadores e colecionadores de rockabilly do Brasil. Frequentemente ele é convidado para discotecar e participar de convenções de rockabilly pela América e também já excursionou mundialmente com a banda de Alex Valenzi & The Hideaway Cats. O guitarrista e vocalista Caio Durazzo está no Crazy legs desde 2005. Seus mestres da guitarra são Eddie Cochram, Carl Perkins, Chuck Berry, Link Wray e Brian Setzer. Recentemente, a banda gravou o videoclipe para a música "Green Man From Mars" (qualquer semelhança do autor dessa coluna com o personagem de Orson Welles é mera coincidência!)
No início dos anos noventa, trabalhei na gravadora Eldorado, que nessa época acabou se tornando a sede do blues brasileiro. Entre os músicos que tiveram recorde de vendas pela gravadora estão André Christovan, que gravou seus principais discos pelo selo, como Mandinga (1989) e Touch of Glass (1990), e o grupo Blues Etílicos, que lançou seus álbuns Água Mineral (1989) e San-Ho Zay (1990).
O músico Nuno Mindelis, angolano radicado no Brasil, também gravou pela Eldorado, em 1996, o álbum Texas Bound, acompanhado por Tommy Shannon e Chris Layton, da banda Double Trouble, que acompanhava Stevie Ray Vaughan. Outro grande guitarrista brasileiro lançado pela gravadora, com reconhecimento também no exterior, é Big Gilson, que gravou um de seus primeiros trabalhos com a banda Big Allanbik , assim como seu primeiro álbum solo, o acústico Yellow Mojo Blues (1997). De Porto Alegre veio o guitarrista Solon Fishbone, que teve seu segundo disco, Heart'n'Soul (1996), produzido por Charles Gavin (baterista dos Titãs).
Outro grupo que merece destaque é o paulista Irmandade do Blues, que lançou seus primeiros álbuns, Veneno (1996) e Good Feelings (2007), pela Eldorado. Atualmente a banda trabalha na divulgação do CD e do DVD Irmandade do Blues ao Vivo, que conta com as participações especiais do guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, e do vocalista Andre Matos (ex-Angra e ex-Shaman). O disco, distribuído pela gravadora Universal, foi gravado no segundo semestre de 2008 no Sesc Santo André, e traz no repertório, além das composições de Vasco Faé (gaita, voz e guitarra), algumas releituras de clássicos do rock'n'roll, como "Mercedes Benz" (Janis Joplin), "Feelin Alright" (de Dave Mason do grupo Traffic) e "Rock and Roll" (Led Zeppelin). Completam a formação do Irmandade do Blues o excelente guitarrista Edu Gomes, o baixista Silvio Alemão e o baterista Fernando Lóia, músicos que circulam pela cena blueseira local há vários anos.
Além da guitarra, a gaita também é um instrumento importante no blues. Podemos destacar alguns grandes gaitistas brasileiros, como Flavio Guimarães, Robson Fernandes e Big Chico. Até mesmo Nasi, o ex-vocalista do Ira!, enveredou pelo blues com a banda Nasi e os Irmãos do Blues, que tinha como destaque o guitarrista Kim Kehl, da banda Os Kurandeiros.
Outra cena que sobrevive sem os aparatos da grande mídia é a de rockabilly e psychobilly nacional. Todo ano acontece em Curitiba o festival Psycho Carnival, que reúne várias bandas do estilo. Por incrível que pareça, Curitiba é a sede do psychobilly e do rockabilly no Brasil. De lá saíram bandas como Catalépticos, Ovos Presley, Os Cervejas, Missionários, Krapulas e Hillbilly Rawhide. Em São Paulo, desde a década de oitenta, também existem grupos inspirados em Stray Cats, Meteors, Guana Batz e no rockabilly clássico de Johnny Burnette e Elvis Presley. O grupo Kães Vadius, por exemplo, optou pelo lado mais selvagem do psychobilly.
No início dos anos oitenta alguns dos pioneiros do gênero por aqui foram o Coke Luxe e o Rockterapia (cujo guitarrista era o blueseiro Nuno Mindelis). Hoje, uma das bandas mais comentadas é o Crazy Legs, que lançou em 2001 seu primeiro álbum, Off Society Rules, e hoje já conta com uma discografia de cinco CDs, mais um compacto de vinil e a presença em uma série de coletâneas aqui e no exterior.
O CD mais recente, Green Man From Mars, é inspirado no clássico da ficção cientifica Guerra dos Mundos. O Crazy Legs é formado por Sonny Rocker no contrabaixo acústico, que é um fã ardoroso de Stray Cats. McCoy, o baterista, é um dos maiores pesquisadores e colecionadores de rockabilly do Brasil. Frequentemente ele é convidado para discotecar e participar de convenções de rockabilly pela América e também já excursionou mundialmente com a banda de Alex Valenzi & The Hideaway Cats. O guitarrista e vocalista Caio Durazzo está no Crazy legs desde 2005. Seus mestres da guitarra são Eddie Cochram, Carl Perkins, Chuck Berry, Link Wray e Brian Setzer. Recentemente, a banda gravou o videoclipe para a música "Green Man From Mars" (qualquer semelhança do autor dessa coluna com o personagem de Orson Welles é mera coincidência!)
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