Nota:
8,5
O
Wilco acostumou mal os seus fãs. Após tocar o céu com as
obras-primas Yankee Hotel Foxtrot (2002) e Sky Blue Sky (2007), a
banda do guitarrista e vocalista Jeff Tweedy faz com que, a cada
anúncio de um novo lançamento, a expectativa vá às alturas. Com
The Whole Love, seu novo disco, não foi diferente.
Com
lançamento no próximo dia 27/09, o oitavo álbum do grupo causou
comoção entre os mais fanáticos ao ser liberado para streaming
durante os dias 3 e 4 de setembro últimos. Produzido por Tweedy ao
lado do parceiro Pat Sansone e de Tom Schick, The Whole Love diferere
do trabalho anterior, Wilco (The Album) (2009) por trazer novamente
para o jogo a experimentação, ingrediente em falta no último
disco.
Isso
já fica claro na bela “Art of Almost”, uma pérola com pouco
mais de sete minutos onde a ousadia – amigável para os habituados
com o universo do grupo, um tanto impenetrável para os virgens nesse
aspecto – é o prato principal e faz toda a diferença, tanto pelo
andamento inusitado quanto pelos sons e timbres incomuns, cujo ponto
alto é o solo puramente Neil Young do excepcional guitarrista Nels
Cline.
O
disco alterna canções em que a banda claramente olha para o seu
passado – como na alt-country “I Might”, na ótima “Dawned on
Me” (aquele pop perfeito sempre presente) e no single “Born
Alone” - com outros mais densos, onde aproxima-se da velha
conhecida e sempre bem-vinda melancolia - “Sunloathe”, a linda
“Black Moon”, “Open Mind” e “Rising Red Lung”.
No
meio disso tudo, a valsinha “Capitol City” reluz com um brilho
solar poucas vezes presente em um álbum do conjunto, levando o
ouvinte a tiracolo por suas melodias e linhas vocais que, como não
poderia deixar de ser, transbordam emoções. Algo similar ocorre na
faixa-título, com Tweedy brincando com o seu falsete em uma
composição deliciosa.
No
final das contas, The Whole Love é um bom trabalho, no mesmo nível
do seu antecessor, mas claramente inferior ao que a banda já fez em
discos excelentes como Being There (1996), Summerteeth (1999), Yankee
Hotel Foxtrot (2002), A Ghost is Born (2004) e Sky Blue Sky (2007),
trabalhos que fazem com que sempre se espere algo genial, inovador e
único vindo do grupo. Mesmo assim, o uso do clichê aqui é
inevitável: um álbum mediano do Wilco é superior à maioria do que
se produz por aí.
Ouça
e comprove.
Faixas:
- Art of Almost
- I Might
- Sunloathe
- Dawned on Me
- Black Moon
- Born Alone
- Open Mind
- Capitol City
- Standing O
- Rising Red Lung
- Whole Love
- One Sunday Morning (Song for Jane Smiley's Boyfriend)
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