O público de heavy metal no Brasil


Edu Falaschi é uma fonte infinita de pautas. A da vez é o seu desabafo sobre a cena heavy metal atual brasileira, que, segundo ele, não recebe apoio do público, que não compra os CDs, não comparece aos shows, esse tipo de coisa. Apesar de exagerada e repleta de palavrões ofensivos e desnecessários (quem quiser assistir o vídeo clique aqui), a declaração do vocalista do Almah e do Angra – ou não – faz sentido em algumas partes.

Pra começo de coversa, o público atual de metal aqui no Brasil é diferente daquele formado pela geração do Edu e minha, que cresceu durante os anos oitenta, época em que as gravadoras de discos eram poderosíssimas e davam as cartas em todo o mundo. Pra falar a verdade, o público consumidor de música nos dias de hoje é muito diferente do que há poucos anos atrás. Uma grande parcela simplesmente não compra mais discos, baixa tudo e coloca em seus iPods. É assim que a coisa funciona hoje em dia, e os artistas que ainda não entenderam isso estão nadando contra a maré.

Mas há um ponto tocado pelo Falaschi em seu desabafo que, na minha opinião, merece uma análise mais profunda: porque o público não vai aos shows das bandas nacionais? A resposta para essa pergunta não é simples como o Edu supõe ser, resumindo a questão à falta de apoio aos artistas nacionais. Ela abrange muitos outros fatores. Pra começo de conversa, não dá pra comparar gigantes como Iron Maiden e AC/DC com Angra, Sepultura e qualquer banda nacional, e isso vale para qualquer país do mundo. Nomes como a banda de Harris e Dickinson e o grupo dos irmãos Young são instituições com uma base de fãs sólida em qualquer parte do planeta, o que garante que uma multidão sempre irá comparecer aos seus shows, seja onde eles acontecerem. Mas esse gigantismo é exceção.

A grande maioria das bandas pode ser classificada, digamos assim, como de estatura “média”: são conhecidas em diversos países, mas não são fenômenos mercadológicos e culturais como Maiden, AC/DC, Metallica, U2, Stones, Beatles e outros poucos. Nesse balaio – sim, admito que estou generalizando -, entram desde grupos veteranos como Blind Guardian e Helloween até novas forças criativas como Machine Head e Mastodon. Todas elas tem as suas qualidades e características únicas, mas não lotam um estádio sozinhas, correto? Os festivais reunindo diversas atrações podem ser uma solução, mas, quando o assunto é heavy metal, não temos um evento de porte no Brasil. Wacken em São Luís do Maranhão? Ao que tudo indica é verdade, mas quero ver a coisa se concretizar primeiro antes de sair sonhando e dar com os burros n'água.

Esse raciocínio deve ser transferido para a realidade brasileira. Quais foram – e continuam sendo – os principais nomes do heavy metal brasileiro, em termos de público? Sepultura e Angra, sem dúvida nenhuma. Esses dois grupos não só possuem uma história importantíssima para a nossa cena, abrindo portas e praticamente criando um mercado e um cenário para o heavy metal em nosso país – o Viper também deve ser citado em relação ao pioneirismo -, como se destacaram mundo afora por possuírem sonoridades únicas. Nenhuma outra banda em todo o mundo conseguiria gravar álbuns como Arise, Chaos A.D. e Roots, assim como nenhum outro nome produziria discos como Holy Land, Rebirth e Temple of Shadows. Foi essa personalidade ímpar, atingida graças ao grande talento e capacidade criativa dos músicos por trás desses trabalhos, que o Sepultura e o Angra tornaram-se conhecidos em todo o planeta.

Não existe no Brasil, por exemplo, uma cena como a do death melódico e hard rock na Suécia, o black metal na noruega, com características e identidade próprias. Isso certamente ajudaria as bandas brasileiras a serem vendidas como mais facilidade lá fora, mas, em um país com dimensões continentais como o Brasil, isso é quase impossível.

Depois de Angra e Sepultura, apenas uma banda brasileira se destacou com tanta intensidade em todo o mundo, transformando-se em referência em seu estilo: o Krisiun. Se você analisar as cenas de diversos países, verá que isso é uma regra. Tirando os grandes e tradicionais celeiros de novos artistas como Estados Unidos e Inglaterra – e, em relação ao heavy metal, podemos colocar a Alemanha nesse mesmo status -, todo país tem duas ou três bandas que conseguiram se destacar das demais, enquanto as outras ficaram restritas, praticamente, ao mercado local. É assim que as coisas funcionam, e não só na música. Transfira esse raciocínio para a sua vida profissional. Você se formou em um curso superior – ou ainda está estudando – e deixou a faculdade cheio de sonhos. Quantos dos seus colegas alcançaram projeção nacional e internacional, virando referências em suas atividades? Provavelmente, nenhum. Com sorte, um se destacou e hoje brilha. Os restantes – com você provavelmente incluído no meio – realiza a sua função com paixão e qualidade, mas, pelas mais diversas circunstâncias – que podem envolver bons relacionamentos, escolhas pessoais ou apenas o acaso -, faz parte da grande massa que trabalha duro todos os dias, alcança as suas vitórias e conquistas, mas nunca será um Steve Jobs, um Nizan Guanaes, um Oscar Niemeyer.

Outro ponto que deve ser levado em conta é que, de modo geral, o brasileiro sempre acha o que vem de fora melhor do que é produzido aqui. Uma banda como o Korzus, por exemplo, não deve nada à grande maioria dos grupos que tocam thrash metal pelo mundo, porém, ao se apresentar aqui no Brasil, chama muito menos público que uma atração internacional com metade da sua história ou importância. O mesmo vale, por exemplo, para o Sepultura. O quarteto é respeitado em todo o planeta. Andreas Kisser é admirado e reverenciado por ícones como Scott Ian, James Hetfield e Kerry King. Mas, aqui em nosso país, a banda tem que provar todos os dias que pode viver sem os irmãos Cavalera – sendo que Max deixou o grupo há mais de 15 anos! – e Andreas é motivo de piada pelas inúmeras participações que faz ao lado dos mais diversos artistas dos mais variados gêneros, que o convidam justamente por reconhecer a qualidade do seu trabalho.

Há, entretanto, dois pontos não abordados por Edu Falaschi em seu depoimento. O primeiro é que, pelos mais diversos fatores, se criou em nosso país uma espécie de clube fechado de bandas, sempre citados nos veículos especializados com destaque, mas que, infelizmente, sobrevivem mais da fama do passado ou da força e divulgação de amigos influentes em posições importantes do que da qualidade de sua música. Acho errado esses músicos assumirem o papel de escolhidos, de pessoas abençoadas, que devem ser admiradas e reverenciadas pelo seu talento único, sem fazer por merecer esse status. O sucesso, o caminho das pedras, vem com muito trabalho e dedicação. Não basta apenas ter talento, é preciso ter perseverança. Entendo o cansaço de Eduardo Falaschi com a situação abordada por ele, mas ela é causada por fatores muito mais abrangentes que os citados em seu desabafo.

Nomes talentosos surgem aos montes pelo Brasil, e merecem muito mais reconhecimento do que tem. Porém, infelizmente não basta ter talento apenas. Quantos grupos com discos maravilhosos ficaram pelo caminho nos anos 60 e 70? Quantas bandas da NWOBHM lançaram álbuns ótimos e não viraram um Iron Maiden? Para citar um exemplo mais próximo, o Shadowside, banda de Santos, possui uma sonoridade que, na minha opinião, não deve nada a qualquer novo nome de qualquer país do mundo. Porém, isso não basta para estourar em todo o planeta. Se o grupo fosse apadrinhado, por exemplo, por uma gravadora como a Nuclear Blast ou a Century Media, as coisas mudariam de figura. É só ver o destaque e o alcance que bandas nitidamente medianas como o Lacuna Coil, por exemplo, possuem.

Outro ponto, e é aí que eu acho que as coisas realmente precisam ser revistas, é o espaço dado às bandas cover. Os grupos cover – ou tributo, tanto faz - ganharam espaço por uma demanda do público ou por preguiça dos produtores que, com medo de investir em bandas novas, preferiram apostar em qualquer bandinha fazendo versões de clássicos do rock? É inaceitável que praticamente todos os lugares disponíveis para tocar em nosso país sejam ocupados por bandas cover e não por artistas com trabalho autoral. E mais ainda: não dá para entender como algumas dessas bandas alcançaram status de intocáveis junto ao público, ostentando títulos discutíveis como “o melhor cover do Iron Maiden”, “o único cover aprovado pela própria banda”. Esse é o ponto que precisa mudar urgentemente. As bandas cover tem que chegar ao fim, porque elas só atrasam a cena. Não dá para apenas entregar para o público o que ele está esperando, é preciso ir além, surpreendê-lo. É preciso abrir as portas para novos artistas, renovando o cenário. Essa situação das bandas cover é similar àquele ouvinte que escuta rádios de classic rock e enche o peito para dizer que é fã do Deep Purple mas só conhece “Smoke on the Water” e “Perfect Strangers” - aliás, sou da opinião de que ser programador de uma rádio dessas é o emprego mais fácil do mundo e não exige cérebro, mas isso é assunto para outro dia.

Enfim, o fato é que temos um problema na cena metálica nacional, e é preciso encontrar uma solução. Não adianta ficar criando eventos como o Dia do Metal Nacional. São necessárias ações práticas e que partam de uma análise profunda de nosso mercado, feita não por músicos saudosistas, mas por quem realmente entenda como a coisa funciona. Eu, confesso, não tenho essa capacidade, mas penso que é necessário iniciar uma discussão sobre o tema, nem que seja para colocar uma pulga atrás da orelha de quem curte rock e heavy metal em nosso país.

Sugestões de como essa realidade pode mudar são extremamente bem-vindas nos comentários, então coloque a boca no trombone e fale tudo o que você pensa sobre isso sem medo. Quanto mais cabeças pensando e mentes discutindo, mais possibilidades e ideias teremos.

Comentários

  1. Obviamente não é fácil...
    mas...mesmo acompanhado a cena de longe dá pra perceber que ela caiu em uma armadilha armada por ela mesmo: Devido a cena ser altamente fechada nela mesms e radical...ela não conseguiu se renovar... não renovou se publico que está envelhecendo e se desinteressando de ir aos shows (que hj são uma das principais receitas dos artista imagino) .... falta também união e ações de marketing mais aberto.... sair um pouco (ou no caso MUITO) da ilha....

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  2. Quem é esse maluco??? não canta p... nenhuma e essa bandinha fraca ta reclamando de que???

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  3. ricardo, concordo com quase tudo que voce escreveu, mas no que se refere as bandas cover, elas sao um sintoma e nao a causa. se estamos falando que o publico paga pau para banda gringa, e evidente que ele vai querer ouvir as musicas destas mesmas bandas ao vivo, independente de quem a toque. e que tal encararmos os produtores apenas como produtores? os caras querem ganhar dinheiro, se as bandas que eles gostam nao dao retorno, eles nunca irao se arriscar a contratar o show delas.

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  4. Ok Cleibsom, mas para uma banda atrair público ela precisa ter espaço para mostrar o seu trabalho, correto? É um círculo.

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  5. Bom, moro na baixada santista e aqui nunca contratam shows de metal, pra mim é muito complicado ter que subir a serra pra assistir um show. Mas o que vejo muito frequentemente na galera que conheço da capital, é que não vão aos shows por puro acomodamento, sempre imaginando que em breve haverão outros shows de bandas nacionais, ou então reclamam dos preços (geralmente, cerca de 5 vezes mais baratos do que as bandas de fora), o fato é que existe sim uma grande má vontade para com as bandas brasileiras, tanto do público, quando da mídia, porém, houve uma época em que o metal nacional respirava sem que a mídia o apoiasse. Acho também que com a explosão dos grandes shows internacionais no brasil isso piorou demais. Acredito que pra mudar essa situação, precisa-se de um conjunto de coisas.

    1º: Melhor distribuição de shows pelo país(o que depende mais das casa de shows do que das bandas), até porque as pessoas não se interessam por shows que estão em tal cidade de mês em mês

    2º: Marketing mais eficaz

    3º: Apoio de quem se diz fã.

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  6. Eu estou lendo o livro "Heavy Metal - A história completa", ainda nem cheguei na metade.

    Mas o que já deu para perceber bastante é que o surgimento e evolução do metal se deu acompanhando a evolução da sociedade.

    No inicio é era um som underground, meio rebelde, lutando contra a cultura dominante e acumulando um grupo de fãs fiéis que iam contra o que era popular nos meios de comunicação.

    Até que esses mesmos meios de comunicação descobriram que podiam ganhar dinheiro com o metal, daí temos o glam metal e a popularização do metal nos anos 80, atingindo escala mundial.

    Chegou ao Brasil, onde vivíamos numa sociedade com uma juventude também rebelde e o heavy metal era o prato cheio para quem tinha acesso a ele.

    Pobre e favelado que não fala (e não se interessa em falar) inglês não se interessou em metal. Os fãs de metal e as primeiras bandas no Brasil eram jovens de classe média para cima. Diferente dos EUA onde todos entendem o heavy metal e por isso ele também engloba uma parte mais pobre da população.

    Com isso, no Brasil, um nicho do metal virou cult, com letras inteligentes, outras fantasiosas baseadas em literatura medieval, senhor dos anéis e coisas afins. Mas isso para quem entende inglês, lembrem-se!

    Quem é o fã de metal de hoje em dia no Brasil?

    Ou são nerds fãs de Iron Maiden, Blind Guardian, Rhapsody, etc

    Também podem ser os fã de Black Metal e sua doutrina, o viking metal e sua mitologia.

    Mas há aqueles, e são muitos, que não fazem a minima ideia sobre o que as bandas estão falando e só querem ouvir um "barulho" bem alto para sair quebrando tudo e xingar que escuta pagode.

    Agora que me diz: quem vai alimentar a cena underground no Brasil e revolucionar a cena heavymetal?

    Os Nerds, ou apenas intelectuais, com vida econômica e social confortável que estão se lixando para a cena?

    Ou os trogloditas que nem sabem o que é ser headbanger direito?

    Eu acho que não existe mais contexto cultural no Brasil para uma cena heavy metal original.

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  7. Caros, este é um assunto bastante delicado e temos uma série de fatores para analisar, mas vamos por partes.

    O que o Fábio falou faz bastante sentido, mas temos que levar em consideração vários fatores sócio-econômicos na análise também. Lembro que em 1999, o ingresso para o show do KISS em São Paulo custava R$ 35,00 (meia entrada), o Metallica no mesmo ano foi R$ 50,00 e todos acharam um absurdo.

    Hoje, muitas vezes, pagamos mais de 10x esse valor!

    E aí, o que justifica esse aumento? Inflação? Custo dos artistas? Variação cambial? Aumento dos custos fixos com aluguel da casa de shows ou caché dos artistas? ... ou ganância das produtoras? Fico com a última opção.

    Se estamos falando de medalhões do Rock mundial como AC/DC, Aerosmith, Iron Maiden, etc... o brasileiro, com seu salário mínimo de R$ 545, tem de escolher se vai a um show internacional ou um nacional quase pelo mesmo valor. Lógico que o cara vai optar pelo show internacional. Mais raro do que um Angra da vida e, portanto, com melhor custo / benefício.

    O cara paga R$ 500,00 para assistir sua banda internacional favorita, parcela em 10x no cartão e não sobra money para ir a shows nos próximos 10 meses. Simples assim!

    Esse fator ajuda a explicar, por exemplo, porque o Norte / Nordeste acaba valorizando tanto a cena nacional como Edu expôs: é fato que a maioria das turnês dos grandes artistas mundiais passa apenas por Sudeste / Sul quando vem ao Brasil, logo, bandas como Almah, Angra, Shaman, Claustrofobia, Hangar, etc... são tratadas como "reis" quando visitam Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife, Olinda, São Luís, Belém, etc...

    Vale lembrar que a constância de shows internacionais no Brasil tem seus 10 anos de idade. Antes, as bandas vinham ao país uma vez a cada 6 / 7 anos e olhe lá! Nesse processo de massificação das atrações internacionais e inflação dos ingressos, a cena nacional acabou sacrificada por tabela.

    Mas esse é apenas um dos motivos... (CONTINUA)

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  8. Falando exclusivamente da QUALIDADE da cena nacional. A coisa é diferente!

    - Temos ótimas bandas? Temos!
    - Temos uma cena? Nope!
    - Ficamos devendo para cenas de outros países? Sim e muito!

    Novamente, a análise aqui vai bastante além, mas apesar da boa qualidade, muitas das bandas nacionais tentam apenas repetir o que outros nomes estão fazendo lá fora.

    Cada “cena” famosa mundialmente trouxe suas próprias características ao estilo: a NWOBHM, o Thrash da Bay Area de São Francisco, Thrash Alemão, o Metal Melódico Alemão, o Death Metal da Flórida, o Death Metal Sueco, etc.

    ...e a cena nacional, qual o diferencial?

    Com a nobre exceção de Angra, Sepultura e Shaman (o primeiro), que trouxeram mesmo um toque brasileiro ao estilo, não temos nada que seja característico ou identifique um estilo brasileiro de fazer Heavy Metal. A imensa maioria das nossas bandas apenas reproduz o que já existe lá fora. É o nosso complexo de vira-lata. Falta uma identidade nacional ao Heavy Metal.

    Outro fator importante na análise: a divulgação do Heavy Metal nacional!

    Desde sempre, o estilo foi vítima dos mais absurdos preconceitos nas grandes emissoras de rádio e TV, ao contrário de outros países que colocavam o Metal até em trilha sonora de filmes e programas. Ok, a Fairy Tale do Shaman foi tema de novela da Globo, mas quantas vezes isso aconteceu?

    A dita imprensa especializada também não ajuda em nada. Sempre privilegiando os mesmos nomes com as mesmas entrevistas fajutas nas páginas das revistas. Isso para não mencionar assessor de imprensa que escreve resenha de álbum e shows para revistas, dono de revista que tem empresa que organiza shows e lança CDs, etc.
    Basicamente, nos últimos 20 anos fomos reféns de uma ou outra publicação e seus proprietários.

    Esse tipo de coisa fez com que pecássemos – também – pela credibilidade. Escalação de festivais como o BMU (Brasil Metal Union), votações de melhor álbum do ano nas revistas ou eleição do representante brasileiro no Wacken Open Air, por exemplo, são vistas com desconfiança por todos. É a política da carta marcada. Já sabemos que serão os vencedores esse ano.

    Para completar, o próprio trabalho de divulgação das bandas nacionais é amador ao extremo! Falta visão e planejamento aos artistas!

    Os releases de álbuns são mal escritos (todos são HORRÍVEIS, sem exceção), os sites não tem um diferencial para chamar a atenção. As bandas são pequenas, mas se portam como “estrelas” de um movimento que não existe nas raras oportunidades que tem de divulgar um trabalho.

    Falem o que quiser sobre Max Cavalera, mas ele teve a visão de sair do Brasil e buscar uma gravadora mundial de “ponta” para o Sepultura em uma época onde o objetivo de todas as bandas nacionais era fechar contrato com a Cogumelo Records de BH (nada contra, mas basta assistir ao documentário Ruído das Minas para perceber que a Cogumelo não tinha a menor idéia do que fazer com as bandas). Ele podia ser um porra louca, mas sabia onde queria chegar com o Sepultura e chegou!

    Esse tipo de atitude de Max há 23 anos – a criatividade e a visão – é muito do que sempre faltou para nossa cena. Somos acomodados por natureza e hoje colhemos os nossos frutos.

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  9. Teu comentário é excelente, Bruno, e explica muito do que acontece em relação ao heavy metal no Brasil. Parabéns, e obrigado por participar da discussão.

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  10. Quer um exemplo? Me prontifiquei a fazer uma entrevista com o Edu para falar do novo CD do Almah, que ficou legal, e me dispus a ligar para ele (cel de SP). Na hora marcada ninguém atendeu... e era o cel dele... eu ia (se o Cadão topasse) colocar na collector´s... mas o cara... nem aí... é difícil lidar também com gente que fala fala fala e acha que tudo tem q sair da cartola do mágico que nem existe.

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  11. Com certeza as bandas precisam repensar a sistemática de trabalho e se possível ir atrás de novos empresários e produtores, a cena do metal precisa é de uma renovação urgente. Agora tentar intimidar ou impor ao público que é preciso defender o metal nacional. Oras se for bom de verdade (como já foi) não precisa nem pedir, mas é fato que o nível de originalidade das bandas nacionais não é o mesmo de um tempo atrás.....e isso ocorre também com muitas bandas internacionais. Agora eu pergunto, porque bandas como o Edguy, por exemplo, vende horrores no seu país natal e também em outras partes do mundo e o mesmo não acontece com outras bandas nacionais atualmente?! Talvez novos produtores e empresários sejam a solução, com uma estratégia de marketing mais ousada, focando além do público, os chefões de grandes emissoras de TVs e rádios....tentar buscar um espaço no mainstream, assim como o Priest, o Maiden, o Sabbath, o Motorhead fizeram na Inglaterra quando participavam de vários programas escrotos de TV fazendo playback....É ideal também começar a produzir discos mais curtos, com cerca de 30/35 minutos de duração porém com uma qualidade superior, sem os típicos fillers. É fato que hoje em dia os discos estão cada vez mais longos 1 hora de duração....acaba virando algo maçante...e tbm focar na produção de pelo menos um hit single por álbum, o Iron Maiden era criticado por criar singles como Flight Of Icarus, que tinha um apelo fortemente comercial, mas isso ajudava a aumentar as vendas dos discos......a discussão segue mais ou menos esse rumo e é muito importante principalmente em momentos difíceis. Mas não vai ser intimidando o público ou impondo algo tão agressivamente que você vai conquistar os fãs..e por mais besta que isso possa soar, as capas de discos ajudam muito a atrair um determinado tipo de público, principalmente os mais jovens.... é aí que entra a figura do empresário visionário que trabalha duro nos bastidores e que me parece que estão em escassez no momento....

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  12. A industria do "Metal Nacional" tá viciada, saturada. São as mesmas figurinhas e a mesma sonoridade faz quase 10 anos. Nego vai na mídia especializada e só vê "nova promessa", vários "clássicos" sendo lançados, tudo recebendo nota 8-9. Aí vc pega pra ouvir e é tudo igual, genérico, ninguem nem dá atenção mais, qualquer coisa boa q poderia ter se perdeu no meio...

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  13. eu fui no show e tb fiquei decepcionadissimo qdo eu vi só 300 gatos pingados no festival..

    7 bandas, sendo q 4 de renome nacional e internacional (Almah, Shaman, Hangar e Hibria) por 40 reais e ninguem vai..

    eu achei uma puta sacanagem..

    antes mesmo de ver este videoop, no dia do show eu pensei q qq cenario metal q pudesse ter havido em SP morreu..

    pelo menos pra bandas nacionais..

    foi mesmo bem triste..

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  14. Eu ainda sou da opinião de que se há algum problema com o metal nacional a culpa são dos musicos e as pessoas que gerenciam essa musica.

    Vou inté avacalhar... Certamente vocês conheceram a montadora nacional Gurgel... então eles fizeram carros que não eram a pior coisa do mundo; eram até melhores do que alguns carros de montadoras gringas como alguns modelos da montadora russa LADA (Avtovaz), por exemplo.
    Tiveram e ainda tem uma grande base de fãs aqui no Brasil, mas não conseguiram ganhar o mundo e exporta os seus jipinhos. Eles tiveram veículos bonzinhos como Gurgel Carajás ou o X-12, tinham também os inovadores como o Motomachine e suas portas de acrílico, também tinham as cópias como o Itaipu E400 (que era uma Kombi esquisita)... Mas meu essa montadora simplesmente não era boa o suficiente para concorrer com o que vinha de fora. E eu dúvido que os responsáveis por gerenciar essa montadora ou os próprios engenheiros e designers dos carrinhos, culpem os consumidores pela falência da Gurgel. É ridículo culpar o consumidor pela falência da Gurgel!

    Sem querer diminuir a música à qualidade de simples objeto de consumo (como os próprios músicos e os produtores sempre fazem, fizeram e farão), mas poxa música também é um negócio e quando a coisa anda mal das pernas a gente tenta inovar, se recriar, pluralizar ...
    Parece que toda vez que há uma "crise" o metal faz é o contrário, ele tenta fechar-se nos gatos pingados dos apoiadores...

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  15. Eu não conheço sequer a cena metal do meu estado (que também é quase inexistente), quanto mais a cena de cidades do sul e sudeste, pois não me considero "metaleiro", ou pelo menos não do tipo fanático, pois eu gosto da música, mas não tenho saco pra ficar discutindo quem é "poser" e quem não é, se tal banda é "comercial", como eu tenho q me vestir, etc.

    Também não tenho nenhum conhecimento especial sobre o mercado.

    Dito isto, acho que, dentre tantas outras coisas que já foram ditas aqui, parece também haver a falta de um maior planejamento comercial, marketing, e essas coisas por parte das bandas nacionais.

    Parece que grande parte das bandas têm medo de se enveredar nesse lado comercial da música, e serem taxadas disso e daquilo.

    Sinto que falta nas bandas brasileiras em geral, não só no metal, uma falta de investimentos no show como um espetáculo.

    Visual, palco, iluminação, som... falta um pouco de visão da coisa como entretenimento também.

    Não importa o quanto você gosta da música, uma campanha bem feita vende mais álbuns, um show bem divulgado e bastante comentado vende mais ingressos, e uma apresentação bem produzida causa mais impacto, e fica na memória do fã.

    Esse tipo de coisa, que não pode ser confundido com jabá, e com falsas críticas, é saudável pra música nacional, e devem ser levadas a sério.

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  16. Realmente culpar o consumidor é demais.Uma banda nacional que curto muito é o Mindflow,os caras já perceberam que ficar por aqui reclamando não adianta e foram batalhar.A questao de divulgação hoje para as bandas melhorou imensamente,anos atrás quem era de SP tinha q escutar o Backstage para saber das novidades,mas não há mainstream e no Brasil pra chegar no grande publico e até conhecer o estilo,ela tem que estar na "prateleira" para ser "degustado".

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  17. Excelentes comentários e sensatos debates, ótimo texto Cadão, argumentação muito boa.
    Destaco o seguinte ponto:
    "aliás, sou da opinião de que ser programador de uma rádio dessas é o emprego mais fácil do mundo e não exige cérebro, mas isso é assunto para outro dia."
    Se quiser minha ajuda pra tratar disso no blog, tô as ordens! fico possesso com isso tb!
    E sobre as bandas cover, assino embaixo.
    Abraço!

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  18. Ronaldo, se quiser escrever sobre esse tema das rádios rock já, manda bala!

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  19. Olha... a coisa mais idiota é quando o fabricante de um produto culpa seu cliente por não consumir mais seu produto como antigamente. E assim, vai a público meter a boca dizendo que os antigos consumidores não ajudam mais a empresa e não querem mais pagar pelo seu produto.

    Oi?
    Isso é uma regra de mercado. Não se adaptou? Se lascou. Falta monitorar o mercado e entender o que ele quer, e por isso, se lascou.

    :P

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  20. Fugindo um pouco do foco do texto e pensando ainda sobre a questão da falta de ousadia das bandas nacionais que algumas pessoas apontaram eu lembrei do documentário sobre o Ratos de Porão que postaram aqui no Collectors. É legal ver como eles iam dosando as influências de música pesada em geral e criando o estilo deles, talvez nesse ponto a falta de informação era até positiva, eles falam que na época nem sabiam o que era Hardcore e Crossover (chamado pelo Gordo de "Metal Punk").
    Ironicamente, hoje parece que é o contrário, com o excesso de informação da internet a pessoa vai cada vez se especializando em um estilo para compor suas influências, ai fica limitado o estilo do som. Já enxeu o saco de ver por ai bandas de Thrash com influência de "Slayer, Destruction, Kreator e Nuclear Assault", porque ninguém faz uma banda de Thrash com influências de Lightning Bolt, Skinny Puppy e Melvins?

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  21. Minha opinião é aquela sabe, Almah e Hangar são bandas bem meia boca. Symfonia é requentado. A banda é ruim! Hangar não inova, está afundado em uma vala comum, por isso ninguem se interessa muito pela banda. Acho que toda essa falta de estrutura,cena,apoio, passa diretamente pela qualidade das bandas, que é baixo. O Sepultura veio aqui em Jundiaí e lotou e fizemos uma festa boa. Pq essa banda é muito boa e foda ao vivo. O show do Machine Head não lotou em Curitiba pro Machine Head tbm, e parece que o Edu reclamava que ninguem foi porque era Sepultura e Almah. O som do Almah não tem Alma nenhuma pra falar a verdade, é como se eu pegasse pra ler sobre uma banda nova e na informação da banda está escrito, "power metal europeu". Daí eu penso, "putz, esse som eu já imagino como é , deve ser mais ou menos assim e tal". Pimba! Acertei! Foi assim com o Almah, a banda é tão acomodada que eu conseguia prever o som lendo sobre eles. Clarividência pura na hora de escutar a música, pq parecia que eu sabia que nota viria depois. Quando o cara está gravando, será que ele não percebe que o que ele está fazendo é uma IMITAÇÃO sem vida de outras coisas? Não é possível que o cara fique se repetindo e ache isso bom e ainda fale essas coisas.A música não tem ousadia nenhuma.

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  22. O Arnaldo Branco, que é um cara que eu admiro muito, fez uma tirinha que se encaixa bem aqui.

    http://www.oesquema.com.br/mauhumor/wp-content/uploads/2011/09/mundo222.gif

    Eu n li as regras antes de postar, tem problema colocar link? É de um site grande de humor, não é nada underground, nem com vírus, não. É pq eu achei mt interessante a conexão com o tema.

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  23. Exatamente Philipe! Nossa tão prestigiosa "cena nacional" é feita de 500 bandas iguais que fazem um Thrash/Power Metal mais arroz-com-feijão possível. O mais diferente q fica é jogar umas pitadas Prog ou uma percursãozinha "brasileira" bem meia-boca, querendo copiar o "Roots".

    O Falaschi fala q são bandas com história, 4-5 álbums, tá, mas tem algo q se salva disso? Não tem uma música q tenha ficado, nenhum riff memorável.

    E o "Shamam" nem se fala, maior vergonha alheia da história da música. Eu estive presente na gravação do RituAlive, me recuso a dizer q são a mesma banda, e não consigo entender quem diga. Thiago Bianchi devia criar vergonha na cara, vive de uma banda cover péssima e ainda se acha no direito de "O dia do Metal Nacional".

    Enquanto essa galera puder viver nesse mundo mágico onde eles são relevantes e icônicos, não teremos nada mesmo.

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  24. Eu concordo em parte com ele. Logicamente existe uma grande parcela do público que não tá nem aí pro que é feito no Brasil - em qualquer estilo. Porém, o mercado brasileiro ainda é de + de 80% de música NACIONAL. Ou seja, o público em geral consome somente música brasileira - com certeza a maioria esmagadora é de música popular, axé, pagode, forró, etc... mas tem muita MPB no meio, rock, etc...

    Sobre a cena metal em si, o grande problema é que as bandas são realmente ruins. Fazer o que?! Não tem identidade, elas próprias pagam pau pros gringos, porque copiam eles 100%. Não há nada original surgindo, e nem mesmo o Angra foi tanto assim quando surgiu (mas que conseguiu chegar num patamar de qualidade absurdo em alguns CDs e realmente mereceu aparecer na linha de frente - mas não podemos esquecer que o Angra foi uma banda montada para o "sucesso", algo como os Backstreet Boys do metal).

    O fato é que a maioria das bandas são ruins e o público prefere ver as bandas gringas "originais" e não cópias brasileiras com sotaques ruins. E eu realmente acho que isso não tem previsão de melhora.

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  25. Uma banda brasileira pouco comentada mas extremamente original é o Dynahead. Já ouviram?

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  26. Realmente, muitas bandas brasileiras não recebem o mérito necessário, por exemplo, o Dr. Sin, que está há mais de 20 anos batalhando pra continuar tocando em SESCs e em bares de rock.
    Há também a questão da inovação, de lançar um disco diferente, como Holy Land, do Angra e até mesmo, os excelentes discos do Soulspell, o único projeto de "metal opera" brasileiro que eu conheço.
    Por mais que haja brasileiros representando no exterior, como o Kiko e o Aquiles, eu não acho que seja possível salvar o metal brasileiro no Brasil. Pelo menos, não enquanto Exaltasamba lotar estádios..

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  27. Ah, e uma dica pro Eduardo: Haja como um adulto! Não é educado sair por aí fazendo baixaria pra aparecer, deixe de ser mimado!

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  28. Na boa? Quem não tem competência não se estabelece.

    Já foi dito nos comentários e quem tem um pouco de vivência nessa "cena" sabe que o pessoal das bandas, especialmente de São Paulo, vive numa panela que mais parece uma redoma, recebendo tapinhas nas costas de vários puxa-sacos/empresários/donos ou colaboradores de revistas pseudo-especializadas que posam de referência do metal. E o pior é que os músicos, sabe-se lá se por carência afetiva ou por outro motivo, acreditam nisso e inflam seu ego com essas falácias.

    Já fui em vários shows em Sampa, frequentei vários bares e outros pontos de encontro e vi vários músicos de bandas nacionais nesses picos. E são raros aqueles que não adotam uma postura arrogante frente aos fãs, causando uma impressão de que são semideuses que desceram do Olimpo e que a sua mera presença já é um incomensurável privilégio para os "mortais" que estão no mesmo ambiente.

    Outra: não sei até onde essa história de que a cena não dá apoio procede. Como exemplo, tempos atrás fui num show dos Ratos no Hangar, com o Violator abrindo, e mal dava pra respirar dentro do lugar de tanta gente que tinha. Aliás, por esses dias vai ter outro show deles lá e tenho certeza de que vai abarrotar de gente de novo. E se mudassem pra um lugar maior, iria lotar do mesmo jeito. O segredo? Ratos de Porão é uma puta banda, em vez de ficar com mimimi os caras sempre batalharam pelo seu espaço e o povo sabe reconhecer isso.
    É esse o segredo, trabalho, o cara acha que só com o nome vai conseguir chegar a algum lugar e se esquece de que mesmo aqueles que já têm muito nome trabalharam muito para chegar na posição almejada. Promotor de show oportunista é algo que nunca vai acabar, então só resta às bandas, como sempre, trabalharem muito, terem humildade para reconhecer suas limitações, respeitarem também os fãs, e o reconhecimento acaba vindo com o tempo. Só não dá pra ficar com postura de menininha mimada, aí o negócio não vira.

    Se realmente a cena tivesse essa qualidade toda que o Edu alardeou, não faltaria gente indo nos shows. Como não tem, exceção a uma meia-dúzia (e isso não é privilégio daqui, para cada banda boa de outros países tem vinte porcarias) o pessoal acaba indo mesmo em show gringo, onde pelo menos se sabe que a qualidade será algo garantido.

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  29. Se tem uma banda que sabe usar essa coisa de União ao seu favor é o Violator ... Eles cobram só a grana pra se deslocarem do DF para o interiorzão de Sampa, fica na casa de músicos de bandas locais ou mesmo na casa do produtor. Acaba o evento fica com a galera bebendo no bar... Acho q união vale para bandas desse porte... para Angra, Sepultura, Krisiun não. Aí o negócio tem que ser profissional e ter agenciamento profissional e competente, tem que tratar a música como um negócio (entreterimento é uma palavra chave aqui), simplesmente pq música também é um negócio. Tratar a música como negócio não impede a banda de ser criativa inovadora e boa, olhem o Kiss (maior e melhor exemplo não há).

    E tem muita coisa legal por, aí precisa garimpa um pouco só, o Dynahed que o Cadão falou é uma baita banda, tanto que, ironicamente da pra se dizer que eles "nem parece banda brasileira". (Quem nunca ouviu esse comentário de alguém que acaba de ouvir uma grande música de uma banda e descobre que ela é brazuca?).

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  30. Alguém lembra entre 2002 e 2005 que estava aparecendo um monte de bandas de power metal, umas iguais as outras? Depois apareceu uma chamada Thalion e eu pensei,'nossa quanta banda igual'. Parece que todo mundo pensou a mesma coisa, pq essas bandas desapareceram do mapa! Pegue aquelas bandas que fazem parte daquele disco chamado Hamlet e vejam que umas 3 estão por aí até hoje. Outras coisas estranhas aconteceram naquela época, como uma banda com um hyper hype chamada Sage, Sagat(Tigger knee hahaha) ou algo parecido, com um vocalista loiro, nem tinha lançado cd mas já iam lançar DVD ao vivo contendo uma Super Tour no Peru! Pra vc ver que a cena do Brasil nunca foi muito boa de verdade, nem muito séria. Todas aclamadas na época, parecia um circo armado, só com figurinhas carimbadas nas revistas nacionais participando. Todas essas bandas, hj em dia eu acho péssimas . Vai os nomes: Tail Gunners, Santarem , Kruzader, Hellish War, Saga que depois mudou para Holly Saga, aquela banda evangelica que lançou o disco The second Floor, Fates prophecy,Heavens Falls, Diablerie, e muitas outras bandas. Todas com som repeteco do que tocava no exterior. É isso aí galera só queria compartilhar as minhas memórias da época de colegial, de como eram as coisas naquela epoca. Talvez alguem aqui também se lembre, trace um paralelo entre aquela época e agora e veja se as bandas melhoraram ,ou tente rastrear algumas mudanças que a cena sofreu.Lembro sempre de outras bandas que apareceram tbm, obviamente muito mais bandas. Mas só vim aqui escrever isso pq foi divertido lembrar daquela época que a primeira coisa que eu fazia ao acordar era colocar o ao vivo no rock in rio do maiden pra tocar hahahahahhahahah.
    Impossível dizer tudo isso sem falar do Tuatha de Dannan e o espaço que eles tinham na Roadi Crew, que parei de comprar a muito tempo.

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  31. Um grupo com um som muito bom, que não reinventou a roda mas tem grande qualidade, é o Tribuzy. O disco 'Execution', de 2005, pra mim é uma pequena obra-prima.

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  32. "nem parece banda brasileira". (Quem nunca ouviu esse comentário de alguém que acaba de ouvir uma grande música de uma banda e descobre que ela é brazuca?).

    Kkkkkk, verdade. Eu pensei isso qnd ouvi Krisiun, e olha q eu nem gosto muito de Death.

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  33. Eu tenho o cd desta banda,comprei em Julho de 2005. Lembro até das altas notas do cd na RC, essa banda e o Hybria lançando o Defying the rules ganharam nota 9 no mesmo mês. O Hybria está por aí até hoje. Rolou muita polemica na época, pq disseram que o Renato pagou pela participação do Bruce Dickinson, e ele dizia que era amigo do cara, todo mundo chamou o Renato de otário. Isso foi triste mesmo. O disco é bom, bem melhor que o Reason que creio eu sai no mesmo ano e foi uma droga, mas teve um hype absurdo.

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  34. Acredito que as coisas não sejam tão 8 ou 80.... poderiamos usar o espaço para indicarmos boas bandas de heavy metal brasileiras e que estejam em atividade atualmente.... assim se cair no gosto da gente poderiamos apoiá-las, não por simplesmente serem brasileiras, mas porque nós gostamos das mesmas.... também gostaria de divulgar uma lista de gravadoras brasileiras que o clebson mandou para mim... pois através delas poderiamos descobrir coisas novas...tanto boas e que valem a atenção...como ruins

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  35. Fábio, o espaço está aberto para o debate. Coloca a lista de gravadoras e também as bandas aqui. E isso vale pra todo mundo que está participando do debate.

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  36. Segue a lista:

    encore/renegados
    rapture
    mutilation
    die hard
    voice mmusic
    one voice
    overload
    maniac
    dynamo
    vomit noise productions
    mistress dance
    infinity art music
    silent music
    genocide prods
    back on tracks e
    gino/distro rock/gallery.

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  37. Falta muito para termos uma cena. Isso não parte apenas do público, mas bandas e produtores. Quando se fala em panelinha, me vem a ideia de que as bandas que estão nela, talvez tiveram mais competência para chamar a atenção de mídia, produtores e público. Às vezes, não apenas pelo som, mas por um ótimo release, contato direto ou boa apresentação do seu trabalho (cd, show, etc). E de uma coisa vamos ter certeza, o tempo irá dizer se são realmente boas. Os produtores parecem muitas vezes amadores. Quando o Edu cita no vídeo que a apresentação teve apenas 200 pagantes para uma capacidade de 2000, fico pensando: porque não fizeram numa casa menor? O que os fizeram pensar que lotaria? Houve alguma pesquisa? A mesma coisa no show em Curitiba do Machine Head. Saiu da cabeça do produtor que a casa encheria porque é "O" Machine Head? Será que procuraram conhecer o que o público curitibano gostaria de assistir? O que estou querendo colocar é que apesar de termos mídias especializadas, bandas e pessoas que gostam de metal, não temos um público para o Metal. Com exceção de São Paulo, que possui diversos shows internacionais e lotam, sejam eles para 2.000, 8.000, 20.000 ou 60.000 (lembrando que muita gente vem de fora da cidade), o público que consome heavy metal ainda é muito pequeno. Se formos a um show grande, como Metallica, Iron Maiden, Ozzy ou AC/DC, digo que 60% nunca ouviu falar de Korzus, Sárcofago, Headhunter D.C., Dorsal Atlântica. Até acho que a maioria nem sabe quem é Testament, Exodus, Blind Guardian. Citando algumas conhecidas (para a gente). Ou seja, acho que em algum momento demos um passo além da perna e achamos que as bandas nacionais poderiam competir com as internacionais por público. E falo isso não em relação à qualidade, mas por terem exposição e investimento em marketing maior. Não tenho uma solução pronta, apenas acho que com toda a facilidade que se tem hoje de adquirir uma boa aparelhagem de show, os produtores poderiam realizar shows menores e de qualidade para realmente criarem um público e, paralelo a isso, trabalharem intensamente com publicidade, mostrando "olha está tendo show, venha!" dando um passo de cada vez. As bandas e gravadoras independentes tem que ter iniciativas pessoais de fazer shows e divulgar seus trabalhos de todas as formas e com qualidade, além de ter a consciência de saber que o metal é mundial, tem que se pensar globalmente. Quantos sites de gravadoras nacionais que lançam CD´s vemos que tem versão em inglês e vendem em dólar ou euro? Poucas. Se a banda não consegue um licenciamento o disco praticamente morre no país. Em todo caso, vou continuar apoiando e sempre que tiver um show por aqui vou assistir. Claro que tudo que falei foi generalizando, existe algumas exceções, mas ainda não conseguem fazer a diferença.

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  38. não é metal mas pode agradar aos headbangers:

    http://www.youtube.com/watch?v=fcAcOT1cgtA

    é brazuca essa banda e os caras estão batalhando lá fora

    não vou comentar o Falaschi pois acho que tudo já foi dito aqui

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  39. Genial a tirinha!
    Fiz um comentário enorme que acabou dando erro na hora de postar, mas só alguns pontos:

    1 - as bandas covers só existem pq o público as quer.
    Assim como não existem espaços para sons novos (tirando os Sescs) pq o público, principalmente o de rock, rejeita coisas novas.

    aí não adianta ficar falando da "cena " do metal nacional, que precisa apoiar, etcs. Os artistas querem apoio, criticas positivas e público curtindo, e quem não quer?

    Só que bandas medianas que poderiam ficar boas com vivencia de palco não tem palco, e os poucos que temos são ocupados exclusivamente pela patota dos artistas que são amigos da imprensa da tal cena.

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  40. Particularmente, acho o Violator muito supervalorizado. Para mim, a banda não faz nada de especial que mereça a atenção que tem. É claro que o fato de os caras tocarem um estilo considerado mais "verdadeiro" que o power e o prog metal, por exemplo - o thrash metal -, e dar um direcionamento saudosista à sua música, faz com que ela atraia uma parcela do público. Porém, sinceramente, basta comprar com o Toxic Holocaust, por exemplo, que tem a mesma proposta, para perceber a diferença.

    Quanto ao Cruz, não conhecia. Os caras foram anunciados ontem como uma das atrações do SWU. Não gostei muito da música, mas ela tem um ponto que deveria ser seguido por todas as bandas de metal do Brasil - e eu sei que o Cruz não toca metal -: os caras são extremamente bem produzidos, tanto o som quanto o clipe, e imagino que devam ser muito profissionais também na hora de promover o seu trabalho.

    Um dos pontos que incomoda na cena metal do Brasil é o fato de tudo ser feito na camaradagem, sem profissionalismo. Vamos falar de uma situação: vocês acham que eu, e a imensa maioria das pessoas que colaboram com a Roadie Crew, ganha alguma grana fazendo isso? Não. Eu, falando somente de mim, faço pela projeção que escrever na revista me dá, pelo prazer de ter textos meus publicados em uma revista impressa. Mas o correto seria receber por isso, nem que fosse um valor simbólico. Toda a mídia de metal aqui no Brasil funciona assim.

    A poeira Zine, por exemplo, já acho outro papo. Acredito no trabalho do Bento e colaboro com ele há séculos, e sempre irei colaborar com a revista, porque acredito no que ele faz e quero que a pZ cresça cada vez mais.

    Porém, escrever para todos esses veículos, além do Whiplash - que tem uma audiência enorme que faz com que seus administradores vivam apenas do site, o que está longe de acontecer com a Collector´s -, deveria ser encarado por todos os envolvidos como uma atividade profissional. Eu falho quando aceito escrever apenas pela projeção, eu sei, mas, infelizmente, são assim que as coisas funcionam por aqui, pelo menos até agora.

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  41. Ricardo, uma diferença que percebo aqui em relação a outros sites é a falta de rabo preso, isso incluindo alguns onde já colaborei.

    Não vejo vc escrevendo ou sendo bonzinho com bandas pra ganhar credenciamento pra show, cds pra review...

    Não acho que só a cena metal vive dessa falta de profissionalismo. Quem toac indie rock passa pela mesma situação , senão pior.

    Já vi texto de gente próxima a mim ser mutilado pq disse que uma certa banda de hard rock que costuma abrir shows não acrescia nada ao espetáculo....

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  42. Simples... tais desabafos para mim soam como crianças birrentas batendo o pé no chão porque não conseguiram seu brinquedo favorito, e sabem que não vão conseguir.

    A cena brasileira SEMPRE foi assim, desde os primórdios, até hoje em dia, quem se lembra do Rock In Rio em 1985? O Iron Maiden mobilizou multidões para uma única data! No 2o Rock In Rio foi a mesma coisa e sempre será assim. O heavy metal não surgiu no Brasil, então se formos levar tudo ao extremo, eu, você o Falaschi, o Bianch e Jesus somos chupa-r* de gringo. Eu pergunto... algum destes vocalistas recusaria um convite para se juntar ao Iron Maiden para ficar em sua banda nacional?

    Antigamente como não tínhamos as facilidades da internet havia mais espaço para todos, e com isso podia-se dar atenção as bandas nacionais. Hoje qualquer um quer ouvir o melhor, e infelizmente o melhor ainda é feito lá fora, porque o metal brasileiro em boa parte (existem honroras exceções) só recicla e recria o que é feito no exterior. Vejam trabalhos do Almah, Dr Sin, Shaman... nada mais são do que amontoados de influências de seus integrantes. Não que sejam ruins... mas quem você vai dar preferência, ao Iron ou ao Angra? Ao Helloween ou ao Shaman? Ao Rush ou ao Dr Sin?

    O pior de ouvir e ler tais desabafos e sentir que os músicos não querem um fã-ouvinte, e sim um fã-pagante, que compre seu CD e vá ao seu show, pagando as contas do pobre músico. Fiquei muito decepcionado ao ouvir o Falaschi mandar um foda-se aos que lhe elogiam no Facebook... você pode estar chateado, mas não tem direito de faltar com o respeito com gente que te apóia. É triste, mas se eu comprasse um CD do Almah e o tacasse no lixo em seguida e fosse a um show só para pegar umas minas e tomar uma cerveja eu seria tão fã quanto o cara que baixou tudo, ouve direto e só não vai ao show porque não tem grana.

    Será que todo show com público inferior ao esperado será seguido de um desabafo? Alice Cooper tocou no Rio para 900 pessoas e saiu feliz. Doro fez o mesmo para 400 e idem. E Lemmy não está nem aí de abrir para o Slipknot e Metallica nO Rock In Rio...

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  43. Existe uma atitude simples que mudaria bastante coisa, mas ao mesmo tempo, acho extremamente difícil de ser alcançada: a mentalidade de ouvir uma banda nova daqui, sem julgar previamente o trabalho e sem querer ficar fazendo comparações.
    Um amigo meu comparou certa banda brazuca ao Behemoth, e ao ouvir o CD com calma, a única coisa que ouvi e é parecida é a qualidade da gravação, mas a sonoridade da banda está bem distante. Ambas boas bandas, e tenho CDs de ambas, as quais curto sem medo.

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